Ao Cair da Noite

Quando Weena Rodds nasceu todos sabiam que ela era especial; a data de seu nascimento coincidiu com o mais belo eclipse solar que seu país e seu reino já tinham visto. Seus pais festejaram por dias, o reino sentia-se radiante. Até hoje, quando seu aniversário está prestes a chegar, Weena corre para sua janela na esperança de presenciar a escuridão da noite uma única vez. Em seu país e em seu reino, nunca anoitecera; ela nunca viu as estrelas, nem a escuridão que a lenda da noite causa.
O tempo em Beven era sempre aberto, feliz, quente e festivo.
A princesa possuía duas missões.
A primeira, era ignorar seus próprios sentimentos. O amor, para Weena, era apenas um conto de fadas ironicamente bajulador, apesar de ser a única princesa, Weena tinha consciência que jamais seria uma rainha; seu casamento estava marcado com o príncipe de Island. Thudor Nell era aceitável para ser um bom marido. Confiante, bonito e inteligente, e apesar de não ama-lo, Weena sabia que não precisava de tal lenda. Ela seria sua esposa e ele seria o rei. Ela estaria viva e daria continuidade a família real.
A segunda; era manter-se viva, custe o que custar, até mesmo abrir mão de sua liberdade. A data de seu aniversário marcava um evento sanguinário que guiou sua vida para sempre; Weena deveria morrer ou matar no dia nomeado como Aniversário Sanguinário. Duas crianças reais, de acordo com a profecia proferida diante dos quatro países na fronteira, não poderiam nascer no mesmo dia, não poderiam haver duas potencias e nem duas nações principais. Uma delas teria que morrer em algum momento, se sacrificar pelo povo, pelo país, dar seu sangue inteiramente ao sacrifício.
Weena passou anos se preparando para seu vigésimo segundo aniversário, quando enfrentaria e conheceria pessoalmente, finalmente, o causador de tanta dor em seu coração, Zane Aimes; a segunda criança da profecia, o assassino de seus pais e a quem o seu povo teme mais do que a própria morte.