Primeiros Cantos (Índice Ativo + Conteúdo Extra)

Primeiros Cantos é o primeiro livro publicado por um dos maiores nomes da literatura nacional. Publicado em 1847 o livro foi muito bem recebido pela crítica e Gonçalves Dias ganhou a admiração de homens como D. Pedro II.

Basta ver o primeiro poema do livro para termos a certeza da importância que o autor tem para a história do nosso país, depois de um prólogo lindo, o primeiro poema que nos deparamos é a famosa "Canção do Exílio" onde o autor canta a saudades das nossas palmeiras e do imortal Sabiá.

Esta edição vem com índice ativo para os leitores do Kindle, além de um conteúdo extra que vem com importantes homenagens à Gonçalves Dias escritas por ninguém menos que Machado de Assis.

E para concluir esta pequena descrição, nada melhor do que deixar o próprio Gonçalves Dias falar com o seu maravilhoso prólogo:

"Dei o nome de Primeiros Cantos às poesias que agora publico, porque espero que não serão as últimas.



Muitas delas não têm uniformidade nas estrofes, porque menosprezo regras de mera convenção; adotei todos os ritmos da metrificação portuguesa, e usei deles como me pareceram quadrar melhor com o que eu pretendia exprimir.

Não têm unidade de pensamento entre si, porque foram compostas em épocas diversas - debaixo de céu diverso - e sob a influência de impressões momentâneas. Foram compostas nas margens viçosas do Mondego e nos píncaros enegrecidos do Gerez - no Doiro e no Teia - sobre as vagas do Atlântico, e nas florestas virgens da América. Escrevi-as para mim, e não para os outros; contentar-me-ei, se agradarem; e se não... é sempre certo que tive o prazer de as ter composto.

Com a vida isolada que vivo, gosto de afastar os olhos de sobre a nossa arena política para ler em minha alma, reduzindo à linguagem harmoniosa e cadente o pensamento que me vem de improviso, e as ideias que em mim desperta a vista de uma paisagem ou do oceano - o aspecto enfim da natureza. Casar assim o pensamento com o sentimento - o coração com o entendimento - a ideia com a paixão - cobrir tudo isto com a imaginação, fundir tudo isto com a vida e com a natureza, purificar tudo com o sentimento da religião e da divindade, eis a Poesia - a Poesia grande e santa - a Poesia como eu a compreendo sem a poder definir, como eu a sinto sem a poder traduzir.

O esforço - ainda vão - para chegar a tal resultado é sempre digno de louvor; talvez seja este o só merecimento deste volume. O Público o julgará; tanto melhor se ele o despreza, porque o Autor interessa em acabar com essa vida desgraçada, que se diz de Poeta.

Rio de Janeiro, julho de 1846."