Logo abaixo disponibilizamos um breve resumo do livro A Normalista para que você tenha uma idéia do assunto do qual ele trata. Se rolar a página você terá a oportunidade de fazer a leitura online.
João Manoel da Mata Gadelha, conhecido em Fortaleza por João da Mata, habitava, há anos, no Trilho, uma casinhola de porta e janela, cor d’açafrão, com a frente encardida pela fuligem das locomotivas que diariamente cruzavam defronte, e donde se avistava a Estação da linha férrea de Baturité. Era amanuense, amigado, e gostava de jogar o víspora em família aos domingos.
Nessa noite estavam reunidas as pessoas do costume. Ao centro da sala, em torno d’uma mesa coberta com um pano xadrez, à luz parca de um candieiro de louça esfumado, em forma d’abat-jour, corriam os olhos sobre as velhas coleções desbotadas, enquanto uma voz fina de mulher flauteava arrastando as sílabas numa cadência morosa: ¾ Vin...te e quatro! Sessen...ta nove!... Cinqüen...ta e seis!...
Havia um silêncio morno e concentrado em que se destacava o rolar abafado das pedras no saquinho de baeta verde.
A sala era estreita, sem teto, chão de tijolo, com duas portas para o interior da casa, paredes escorridas pedindo uma caiação geral. À direita, defronte da janela, dormia um
velho piano de aspecto pobre, encimado por um espelho não menos gasto. O resto da mobília compunha-se de algumas cadeiras, um sofá entre as duas portas do fundo, a mesa do centro, e uma espécie de console, colocada à esquerda, onde pousavam dos jarros com flores artificiais.
De onde em onde zunia o falsete do amanuense:
¾Quadra!... Ou caçoava: ¾ Os anos de Cristo! ... Os óculos do Padre Eterno!
Risadinhas explodiam a espaços, gostosas, indiscretas ¾ uma pilhéria ricocheteava nos quatros ângulos da mesa.
¾É boa! É boa! fazia João da Mata erguendo a cabeça, mostrando a dentuça.
Depois voltava o silêncio, e a voz fina de mulher continuava a cantar os números solenemente.
¾Víspora! saltou de repente um rapazola d’óculos, bigodinho fino, flor na botoeira do fraque de casimira clara.
Toda gente o conhecia ¾ era o Zuza, quintanista de direito, filho do coronel Souza
Nunes.
¾Podem conferir, disse erguendo-se, risonho ¾ segunda linha.
¾Não desmarquem, não desmarquem, recomendou este espalmando a mão. Pode
Ter sido engano. Errare humanun est...
Houve um ligeiro sussurro de vozes e de caroços rolando sobre a mesa com um surdo ruído de contas desfiada. Todos desfizeram as marcações.
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