Paulo Freire e a Pedagogia Revolucionária pela Justiça Social

Esta é uma tradução em língua portuguesa de um trabalho acadêmico do professor Rich Gibson, da Universidade Estadual de São Diego, Estados Unidos, sobre a pedagogia de Paulo Freire.

Paulo Freire foi declarado como o “Patrono da Educação Brasileira” em 2012. Com efeito, discussões surgiram acerca desse título a Paulo Freire. Ademais, há professores e estudantes que citam, sobretudo oralmente, Paulo Freire com muita veneração, no entanto, diversas citações se resumem a frases isoladas do autor ou à repetição de clichês. Mostra-se um conhecimento parcial, talvez muito reduzido, da chamada “pedagogia do oprimido”, na medida em que não se tem noção da relação entre a pedagogia do oprimido e o marxismo, por exemplo. Sem o conhecimento deste, prejudica-se o entendimento daquele, a ponto de não se ter clareza dos objetivos políticos da pedagogia do oprimido.

Posto isso, considera-se conveniente a leitura deste trabalho, que apresenta algumas críticas à pedagogia de Paulo Freire.

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"Freire se inspirou na Teologia da Libertação católica e ideias marxistas para forjar um conceito de alfabetização popular pela libertação pessoal e social."

"Mesmo assim, hoje, qualquer luta pela democracia deve incorporar uma compreensão razoável do fracasso do socialismo também (Gibson, 1998). O colapso do Bloco Soviético sublinhou a crise de resistência, enquanto que, simultaneamente, revelou a fragilidade do Estado burocrático moderno – e o fracasso do socialismo para criar uma nova geração com consciência de classe."

"Freire sugere que podemos ver, julgar e agir – e nos tornar quase impenetráveis a mentiras – se seguirmos a forma e conteúdo da pedagogia crítica que ele concebeu (Dewitt, p. 238). As pessoas que aplicam essa fórmula tipicamente incorrem no fato de que Freire é um alterador de paradigma, desejando juntar o Pós-modernismo, o Catolicismo, o Marxismo e o Liberalismo, uma pessoa muito mais complexa do que muitos daqueles que se apropriam de sua obra."

"Alguns adotam o humanismo de Freire e ignoram sua política, outros adotam sua política e insultam seu humanismo. As revoluções de Granada e Guiné-Bissau apropriaram-se de Freire para o desenvolvimento econômico nacional e abandonaram suas ideias sobre igualdade e democracia. Outros, como Carnoy, levantam suas abordagens humanistas e construtivistas à alfabetização, e silenciam sua política revolucionária."