Minha Vida nesta Vida: As voltas que a vida dá

João Rocha é um tarefeiro espírita respeitado em toda região, abarcando o norte e noroeste do estado, além de parte razoável do Espírito Santo. Como é praticamente recente na intensidade que se propõe como servidor efetivo da Doutrina Espírita, fácil é adivinhar que a geografia de suas atividades aumentará rapidamente. O momento é crítico, todos o sabemos, a seara grande e os trabalhares comprometidos escassos. Acrescido pelo fato que o compromisso basilar de qualquer espírita é a divulgação dos postulados da doutrina, o que por querelas muitas vezes incompreensíveis e razões outras, espíritas potenciais em conhecimento, tempo e possibilidades, postergam a tarefa muitas vezes ajustada antes do mergulho na carne. Neste sentido, João Rocha, contrapondo a tudo isto, hoje, navega em mares agitados e nevoentos (poderia ser diferente?), mas firme e resoluto quanto ao rumo a seguir, divisando adiante o porto seguro do ideal espírita que duramente vai edificando. Por tudo, é exemplo a ser analisado e seguido. Mas a pergunta que se
impõe é: como tudo começou?
No texto que se seguirá, todos poderão testemunhar a trajetória de um ‘Filho Pródigo’ contemporâneo, vivenciando as marchas e de marchas de um processo difícil, sinuoso e implacável de escolhas erradas, descobertas dolorosas e acertos fugidios, ou seja, a peleja do homem consciente num mundo em severa transição. Exagero? Com certeza, não! Quantos jovens não vivem hoje os mesmos percalços desafiadores experimentados por João Rocha na primeira etapa da sua vida? Quantos estão sem rumo e, pior, sem saída? Quantos se deixam seduzir por tudo que aí está? A rendição ao vício, à vida inútil, aos prazeres inconsequentes têm levado muitos ao desastre. Então, o que fazer? É exatamente aí que entra o livro do João. Por quê? Ora, sua trajetória poderá ensejar á quantos o lerem, sejam jovens ou mesmo pais as voltas com filhos problemas, o estímulo precioso a uma tomada renovadora de posição em cima de um sentido existencial, o que anda faltando na cabeça de adolescentes e adultos, sentido este que o livro página á pagina vai construindo.
O aspecto mais contundente que se desdobra a cada capítulo, é que não se teoriza, mas vive, não se filosofa, mas sofre, não se elucubra, mas sente, porque não é de ficção que se trata, mas de realidade nua e crua. As armadilhas que rondam a juventude nos dias que correm estão por toda parte; o apelo do mundo vai adquirindo contornos dramáticos; o entorpecimento moral é fenômeno atualíssimo; a onda inebriante do hedonismo desenfreado é desafio imediato a exigir reflexão e, mais que isto, ação.
João faz a sua parte ao se desnudar desafiadoramente; a subtrair a própria mascara social que voluntariamente se impingiu; ao dizer claramente que, muitas e muitas vezes, é assim mesmo que tudo acontece, não porque viu ou lhe contaram, mas porque viveu. E viveu intensamente. Coragem e desprendimento, eis a bandeira desfraldada. O livro mostra erros, descarrilamento, desencontros, atalhos e fugas, mas também aponta todos os caminhos.
Ao dizer ‘todos os caminhos’ não posso me furtar a falar de Jesus, porque é Nele que João se revigora, cresce, anima, avança e prospera espiritualmente, dia após dia. Medo, pessimismo, desânimo, incerteza, angústia, debilidade moral e espiritual, enfim, qualquer fragilidade humana se apequena diante do amor do Cristo e da fortaleza que Dele provém. Com Ele tudo pode ser revertido. Nisto está o legado do livro de João Rocha.