Zika: do sertão nordestino à ameaça global

História da epidemia da zika e da microcefalia no Brasil, a partir dos primeiros casos descobertos e relatados no nordeste.
Autora conviveu durante meses com mães afetadas pelo zika, crianças com microcefalia e médicos e cientistas nordestinos que, por informações compartilhadas por WhatsApp, descobriram que o zika era o vírus que estava devastando famílias no sertão.
Narrativa tem ritmo de thriller e reúne sensibilidade a rigor científico.
Autora foi a primeira brasileira a assinar a carta para a OMS pedindo o adiamento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos no Brasil, pela ameaça de explosão da epidemia de zika em nível mundial.
Debora Diniz é professora de bioética na Faculdade de Direito da UnB e na Fiocruz/RJ. É pesquisadora na Anis – Instituto de Bioética e integrante da Rede Nacional de Especialistas em Zika e Doenças Correlatas, do Ministério da Saúde. Recebeu mais de 80 prêmios por pesquisas, livros e filmes documentais que refletem e impulsionam debates e lutas pela garantia

Nordeste do Brasil, dezembro de 2014. Multidões chegam aos consultórios médicos descrevendo sintomas de uma doença misteriosa: manchas vermelhas pelo corpo, coceira intensa, conjuntivite e febre baixa. Tempos depois, mulheres que relatavam ter tido dengue fraca durante a gravidez recebem um aterrorizante diagnóstico no pré-natal: manchas brancas na cabeça e interrupção no desenvolvimento do sistema nervoso central dos bebês. Em 2015, o improvável vírus zika é detectado como o responsável pela doença misteriosa no Brasil e fica comprovada sua relação com a microcefalia e outras síndromes neurológicas. Em fevereiro de 2016, a Organização Mundial de Saúde decreta situação de emergência global. Debora Diniz passou temporadas no nordeste brasileiro, convivendo com mulheres comuns, médicos e cientistas, e conta a história da epidemia brasileira que ameaça o mundo. Muito além de informações sobre prevenção, transmissão, riscos do zika para mulheres grávidas, síndrome de Guillain-Barré e outras complicações, a antropóloga revela histórias até agora inéditas na imprensa.