S: NARRATIVA, ESTRUTURA E SIGNIFICAÇÕES- Antropologia e Linguistica

A obra e o autor

Os termos do título - narrativa, estrutura, significações - são como três ângulos de um triângulo. Eles circulam de fato em recursividade tanto em sentido horário, como em sentido contrário: (a) narrativa, ponto de partida e de chegada, suporte, significante, desafio a ser assumido no trabalho de compreensão; (b) estrutura é o termo intermediário, núcleo de articulação, como que o nó que amarra as duas pontas; (c) e as significações, finalmente o objetivo buscado, um plural de sentidos, riquezas isotópicas de significados.
A narrativa é assumida pelo sujeito de enunciação que, em princípio, não deve aparecer entre os sujeitos dos anunciados, se bem que as vezes ele desobedece à regra, saído dos bastidores para manifestarem seu ponto de vista. Na literatura escrita ou erudita, por oposição à literatura oral, aparece o narrador, livre para assumir como se não fosse um personagem como os outros, os diferentes pontos de vistas.
A ilustração da capa resume o resultado da leitura do cruzamento entre as estruturas narrativas das histórias de santo e a variável violência - santidade ou violência -, ou seja com violência não há santidade. Dos tipos de heróis resultam três paradigmas narrativos: a) os santos que em vida foram guerreiros violentos e que se arrependeram saindo da zona de luta; b) os santos semi-violentos, sacerdotes que viveram entre a zona de luta e a zona de vítima, que se defendem de formas de violência; e c) os santos não violentos que em vida tiveram atividades outras e que foram vítimas de formas diversas de violência.






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