Logo abaixo disponibilizamos um breve resumo do livro Cartilha Passarográfica Básica para que você tenha uma idéia do assunto do qual ele trata. Se rolar a página você terá a oportunidade de fazer a leitura online.
Cartilha Passarográfica Básica
Esse livro é simplesmente um hino de amor ao Cerrado. Para se entender parte dele, basta que se saiba do prefácio.
M
eados do ano de 2000. Por razão de desconhecimento de minha pessoa com muita gente do ramo, eu mesmo resolvi aviar-me aos meus prefácios. Foi uma tarefa, no princípio, apenas de solicitação, hebefrênica. Depois, tornou-se superfrênica, a ponto de todo livreco que eu produzia, já vinha com o pré e o requisito de haver um prefácio meu mesmo. Tal facto poupava-me o tempo e algumas condolências. Era uma forma, insensata, de confessar-se, de criar páginas de pouca oratória em um mundo separado: que tivesse seu proveito – ou nenhum – em outro compêndio feito de panfletagem. A cada um prefácio, portanto, tirava-se um pedaço de texto e compunha-se o pantafaçudo de certas sem-regras para um outro livro. Descobri assim, a forma de me resumir. Por ser afeito ao meio do cerrado e da vastitude de passirinhama, sempre foi meu desejo copiar os desenhos de viajantes e de naturalistas, Spix e Martius, Saint-Hilaire, Henri Coudreau e muitos outros. Afinalmentes, não era minha razão qualquer agradar a quem quer que seja observador de passarinho, muito menos aos ornitologistas de uma maneira geral. Pensei que se não fosse agradá-los, pelo menos deveria estar ao lado da boa idéia de nunca desagradá-los. Aos ambientalistas também não quis agradar. Nem ao meu vizinho, nem aos meus parentes, sequer à minha mãe eu quis agradar. Nem desagradar. Eu estava laborando com pinturas de passarinho, mas o simplório exercia um fascínio avesso na compleição das coisas ditas e daquelas sugeridas, que o livro acabou sendo somente uma pintura entre o deformado e o real, entre a lógica e a crítica sem razão alguma, muito menos razão pura. Nunca agradei a ninguém. Quando percebi que poderia cada passarinho deixar mais cor, mais canto e menos enraizado, aí sim, desgostei a mim mesmo, mas já era impossível voltar atrás. Estava muito regalado que, para mim, estar de novo entre o ovo azul do anu e a pena rubra do tiê, era toda a questão do difícil. Não negar a beleza que resplandece já me folga. Nunca negar, pois que a verdade ressalta à alma dos olhos. Se acaso houvesse jurisprudência entre o homem e as avezitas, um ramo verde entre eles em balanço perene de bons ventos, pode ser que mais história e história diferente tivesse o mundo. Aprendi muito cedo e mergulhar no olho espesso da seriema. Foi um dom nato. Aprendi a rebobinar, sem fazer força de mastodonte, a algaravia cantada em um azulão. Até a saber o pesponto do ponto que reponta o tonto do tiziu. Com quantos passarinhos um homem normal – comum – pode aquartelar uma simplicidade? Nem é pergunta difícil de ser respondida. Tampouco muito fácil. Em obras de literatura as controvérsias deslizam água abaixo, sem proveito. O que controversa é a idéia, não a estética de toda a construção. É mais simples dizer do canto do passupreto nas tardes fagueiras de Minas Gerais, mergulhados nas catanas do Baguaçu, do que mesmo definir o que acaba sendo o dificultado da PALAVRA. Minas Gerais é o centro de redemoinho do Universo. Isso também é coisa fácil de se entender. Todavia, espalhar tal história para o peito dos homens e de seus semblantes acaba por ser uma tarefa complicada, qual aparar bigodes de girafa com uma tesourinha de cutícula. Então, fazer prefácios é uma realização unívica, a princípio. Deixa que as confissões mais tangenciais transpareçam entre as coleções de cada criação. A Criação, por si mesma, é uma enorme perplexidade de abismo, nem sempre se pode fugir do precipitado em seus degredos sem fundo. O que me abastece mais relutância, em ser, bem que poderia ser menos marsupial e mais passarinho. Fraqueza que me descontenta o propósito. Mais passarinho eu poderia ser, mas me falta a antiga marca do ovo azul do anu e das penas rubras do tiê. É assim que muita tarde desliza, improvável, e a gente esquece que tem ventos nas veias.
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