Tanto o Queixo quanto o cabresto

Tanto o Cabresto Quanto o Queixo
Esse romance de José Humberto Henriques tem conteúdo baseado na vida da aristocracia rural lá para as bandas do Sul de Minas. Menciona o autor a cidade de Três Corações e Lambari, algo assim como uma lição de geografia que não pode ser duvidada. A história é simples e violenta. Tudo nesse romance condiz e conduz a uma realidade inexorável da conquista de certos predicados modernos; e da perda de velhos valores, alguns mesmo fundamentais dentro de todo o comportamento humano. Fragmento do romance: Osterno Maria Figueiredo de Carvalho tinha vinte e seis anos de idade bem vividos quando resolveu assentar e separar casa. Era a semente da ideia que lhe surgiu de uma maneira até que rudimentar, porém, exagerada em força. O mundo estava muito mudado naqueles dias porque as facilidades eram muito maiores do que no tempo em que seu pai mourejava e fazia a terra parir tudo que fosse de utilidade da casa. Em cada palavra e em cada gota de leite que entrava na cozinha havia suor e havia sangue espesso. Era pouco demais o que se utilizava que não fosse produzido ali, na fazenda da Grumixama. Por isso, o contingente tinha os braços para fazer com que a mandioca virasse farinha. E somente esses músculos. Cada pedaço de cerca era lavrado na base da força e o machado cumpria seu papel, cansava os homens e expurgava de seus lombos uma lavra acessória de pecados. De tal sorte que, sendo assim, podiam todos dormir mais cedo e mais sossegado, apenas tivesse passado a hora do programa Linha Sertaneja Classe A. Depois desse programa, um ou outro mantinha o rádio ligado e isso era deleite para todos que queriam dormir. Adormeciam ao som de violas e sanfonas e o serviço de desligar a chiadeira do rádio cabia somente àquele que tinha se afeito ao compromisso de desligar a coisa.