Logo abaixo disponibilizamos um breve resumo do livro Cascas & Remendos para que você tenha uma idéia do assunto do qual ele trata. Se rolar a página você terá a oportunidade de fazer a leitura online.
Cascas e Remendos
Mais um livro de contos excepcional. JH Henriques trabalha esses contos com a maestria de um perito. Artífice da mais pura qualidade. É preciso ler esses textos para compreender até que ponto a construção sintética de um conto pode levar o leitor a se deleitar. Fragmento de um deles: Pois que eu tinha a fortuna inserida na parte que me compunha a sedução. Avaliava os dotes, os pesos e as medidas de uma criatura dentro da saias e depois avançava sobre seus passos. Quase sempre obtinha algum lucro com as investidas. Eu ficava sendo um marco em mim mesmo. Aprendi a inocentar-me quando recebia um Não, coisa que era até muito incomum de vir a encimar uma lista de meus dias. Eu usava Machado de Assis como um subterfúgio para as mulheres mais letradas. Usava uma merda qualquer para as mais devassas. Foi assim que montei na face de um uso muito amplo de minhas facilidades sedutoras. Aprendi comigo mesmo a ser discreto, aprendi com elas a soletrar onomatopéias de vulcão quando a hora determina este ajuste. De facto, muita coisa eu mostrava a um mundo que ficou sendo meu e muito particular, a introjeção dentro das almas que eu seduzia. Aquilo virou mania. Eu não podia delimitar os passos de uma mulher bonita que já começava a fazer os planos de sua queda. Primeiro a arapuca. Depois, a forja. E somente depois a guilhotina. Era tiro e queda, conforme eu mesmo fazia os cálculos das presilhas. Pusera na cabeça que não existe resposta negativa para uma proposta bem elaborada. Isso, apesar de ser conversa de beiradas de botequim, tinha um resumo fatal e muito bem calculado. Tiro e queda.
Algumas ficavam guardadas em mim, dentro de uma cúpula de trivialidade, outras ficavam imiscuídas num jargão de serem especiais. Estas eu até tinha o dom de repetir em um ato de amor ferrenho. Desconfiei por longo tempo que o que me tornava aceso eram as novidades. Eu queria mais e mais a repetição de ver coisas sempre novas. Bocas ousadas em mulheres nunca dantes beijadas, coxas espessas em umas que militavam num arroubo de primeira vez. Vozes melífluas ditas em concerto de flauta, um início de conhecimento. Hálitos disseminados na perfeição do estupor. Eu primava por ser um amante perfeito. Seria de verdade? Nem sei dizê-lo. Se eu era perfeito, poderia não ser ideal, que estas coisas andam feito paralelas, nunca se encontram. Entretanto, se acaso se beijam quais paralelas em fins de infinito, estará recriado o espírito de Don Juan. O perfeito somado ao ideal. Mulheres sabem rir de controvérsias. São elas que olham a fenda de uma falha, a obstinação de um desejo. Elas crescem feito uma cauda de pavão quando assumem as rédeas de uma conquista. Por isso, o meu trejeito cuidadoso ao falar disso porque nem sempre essa ironia pode ser despejada assim em torno de um corpo que está iludido demais com sua própria caligrafia. Havia um cuidado pequeno na hora de levar avante esse tipo de informação nascida dentro da própria individualidade.
Houve uma mulher, porém, que me despertou uma Eternidade de modos. De alguma forma diluía-se a minha procura, eu buscava uns encontros mais substanciosos com ela. Como uma data importante há de ser gravada, foi no dia 26 de agosto - mês de cachorro doido - de 1998 que fiquei conhecendo aquela mulher diferente. Em tudo ela era comum, devo esclarecer um ponto de vista de contrassenso. Glorinha tinha o corpo bem mais baixo do que eu elegeria para uma modelo, alourada, cheia de redondos. Era dona, deve-se dar o braço a torcer, de uma sensualidade que começava no pé e subia pela imensidão de seus tornados muito jovens. Coisa que nela mais chamava a atenção era o conjunto. Os seios amplos, a cabeça rotunda, a boca com um jeito de quereres extraordinários. Sempre a rir, mesmo que ninguém tivesse contado uma piada. Cheia de arroubos. Acho que eram energias alaranjadas que punham movimentos fora de hora em seu corpo. Vestia-se sempre com parcimônia de dezoito anos de idade. O jeans e a camiseta com desenhos sortidos.
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