Ensaio sobre o Exílio

Ensaio Sobre o exílio
Esse romance acontece em vida de um mendigo que faz a travessia da Europa Central. Ensaio sobre o Exílio é um livro lúdico, amargo em termos de parâmetros entre civilizações. As surpresas nesse texto são inúmeras, a maioria delas estabelecidas pela análise da linguagem e da palavra. Nada se perde nesse romance. Tem-se a impressão de um naufrágio predestinado quando se chega ao fim desse livro. Um curto fragmento do texto: Certos propostos pela abertura em leque do horizonte, todos eles, atingem a espessura de um dardo atirado pelo arco da distância e da onomatopeia. O estado de tudo é profano, embora seja dedicação de predicados, pois os Deuses, quando cismam de reinventar a terra da forma de um sonho que nunca poderia ter morrido com Homero, sentem saudades de todas as coxas de Zeus e de todas as bicancas de Minerva. Posto que redondo seja o Universo das ações e suas medidas, algumas salpicam de planície todo o tempo da incontenção das almas. Coisas incontidas podem ser ansiedade de filhos prediletos, os que se consomem numa eterna busca de provas deíficas. Nos Deuses a alma sempre se ativa em relação geométrica com sua maior fúria e dor: a incapacidade de se destruir somente porque a vontade tem hora que se abana com o crédito de todo suicídio.
Os deuses agem através de instrumentos lúdicos. Muitas vezes, na queda de um odor entre narizes que se ativam, fica uma angústia reprimida. Agoniado, diz aquele que se verifica. Tem vez que fico agoniado e nem sei por quê! É a voz anterior e avessa de uma têmpera que foi metida aos olhos da genética que se afina e se refina. Nem todos os deuses cabem ajuntados numa redoma de Olimpo.
Zeus vestiu-se de operário e desceu sem carros de fogo. Disse a si mesmo, Sou unigênito e cosmopolita, mas jamais poderia ser eu a criatura única, porque meu pai e minha mãe assam fogos no próprio braseiro da imortalidade, porquanto luxúria o seja, que se abstenha mais confusão do que aquela que pode advir do mundo anímico dos mamíferos! Falou assim e arcou com certas responsabilidades cheias de modos distintos. Zeus nunca imaginou que detritos de seus sentimentos pudessem fazer com que se apoderasse deles, um dia, somente com a finalidade de se estigmatizar da melhor maneira entre aqueles que o olhavam entre a obstinação da fé e o ódio da inferioridade. Por isso, apóstata em algum momento, detrito de suas próprias considerações, ousou mais palavras caladas do que todo império que um dia seria a sua recriação permanente. Tinha que admitir que o caso era grande, mormente quando se dispunha a ver-se num espelho com reverberação de coisa humana.