Lúdikus

Lúdikus
A evolução da poesia brasileira se faz com os poetas de vanguarda. A atração pela imagem e pelo visual é nítida nessa forma construtiva. Não obstante essa preferência e esse empuxo nessa direção, JH Henriques trabalha com poemas antigos, uma tentativa de mesclar o que antes foi publicado com esse enredo de modernidade. Uma modernidade, diga-se de passagem, totalmente encadeada com a forma sugerida pelos sistemas de computação gráfica. Segundo o autor esses poemas são lúdicos – daí o título do livro. São fabricados a partir de figuras simples do computador e todos são uma espécie de jogo colorido cuja apreensão está na dependência de um valor consciente da forma, porém, com a ambigüidade de forte tessitura da palavra em sua forma mais condensada que possa haver. Um brinquedo sério, capaz de fazer pensar. O leitor que aprecia a poesia bruta e sofisticada – a um termo da palavra -, certamente sairá enriquecido diante da releitura desses poemas. Quando se diz que essa é uma forma experimental de Poesia, pode ser que o experimentalismo já deixou de ser experimento para ser uma novidade fixada na moderna literatura universal. Não há paradoxo algum nisso, já que toda forma de Arte exige a sua própria evolução. Henriques é o escritor brasileiro mais prolífico da atualidade. Muitas vezes há vistas grossas da grande imprensa de divulgação, porém, isso é questão de tempo. Esse reconhecimento que faz do autor um predestinado.