Logo abaixo disponibilizamos um breve resumo do livro As Pontas do Círculo para que você tenha uma idéia do assunto do qual ele trata. Se rolar a página você terá a oportunidade de fazer a leitura online.
As Pontas do Círculo
Outro livro de contos capaz de dar ao autor o nome de grande produtor de arte da mais pura estirpe. Peça de Literatura da mais alta qualidade, esse compêndio somente acrescenta ao currículo de JH Henriques aquele nome que já era bastante conhecido. Aquele de exímio contista. Nesse livro, Henriques reassume seu grande amor pelo Carmo do Paranaíba, em Minas Gerais. Fragmento desse livro: A casa de Vovó Maricota ficava no centro povoado do Carmo. Era uma casa de modelo getulista, muito distinta de todas as outras que cresceram naquela rua grandiosa e que servia de eixo torto ao lugar. Do alpendre miúdo, ela delegava algumas conversas banais, as de fim de tarde e mesmo aquelas mais amanhecidas. Tinha colunas no alpendre, redondas, lisas e forjadas com uma tinta que parecia padecer de eternidade, um modo antigo e muito lusitano de construção de colunas. As tabuas corridas da sala e do restante da construção jamais receberam uma única gota de verniz ou graxa. Aquelas tabuas de aroeira bruta eram condizentes demais com a prática de uma desnecessidade de preocupação. Quem visse a casa de frente, a medir as qualidades desse mundo moderno e a fazer as comparações com os tempos de antanho, diria mesmo que não existem mais modelos de casa como aquele. E diria, acaso não fosse feita para suportar gente grande e adulta, tinha aquele ar vago da casa de princesa, mesmo podendo dar moradia à Branca de Neve num caso de última revelação. Era uma casa bonita e muito filigranada, também como hoje em dia não se faz mais por aí. A pressa das pessoas mudou a arquitetura e seus modos brejeiros. Deve ter sido isso, embora isso não me cause certeza de nada.
Naquela tarde de mês de maio, passei em casa de Vovó Maricota somente com a finalidade de completar mais um dia sem sérico. Lá era bom lugar de se passar porque sempre tinha uma coisa ou outra que pudesse ser revelada, apesar de esta constância não obedecer a um critério qualquer de compulsão. Os muros altos dos dois lados da casa, largos porque o terreno era de tempo antigo e ainda havia quintais por ali, dos enormes e que criavam até mesmo marrões para o consumo das gentes. Havia duas negras que lhe conviviam desde tempos muito antigos. Apesar de serem oitentonas, não eram desacompanhadas e de vez em quando tinha uma negrinha de canelas finas em sua companhia. Isso era um grande motivo para que eu ficasse com olho aberto para os centros daquele mundo isolado.
Quando cheguei, Vovó Maricota tinha acabado de passar um café que parecia ser toldado à base de cimento. Um café grosso, aborrecido, pesado, amargo até o som mais afundado das amarguras. Usava um vestido azul marinho que lhe ia abaixo dos tornozelos. Tinha noventa e noves anos de idade e nada nela parecia dizer que tinha esse peso na cacunda, a não ser a maneira meio encurvada que denunciava a passagem do tempo e o arquivo da ossatura. Pausada em tudo que fazia, estendeu-me a mãe para que eu recebesse a benção – porque isso era coisa vital para ela, não abria mão desse processo de chegada e de saída porque sabia que a benção devia mesmo fazer parte das reminiscências últimas do respeito que se deve dedicar às criaturas mais velhas. Pedi a benção e escutei a resposta. Em seguida, puxei a cadeira que estava mais à mercê da minha bunda e me sentei. Vovó Maricota olhou-me com aquela face sem risos que tinha, uma que mantinha até o momento em que escutava uma conversa boa, uma anedota qualquer, daquelas que a dispunha para riso e me serviu um gole de café, aquela urina preta de calango que ela costumava beber quando a tarde punha suas mangas para secar no cabide do sol abaixado.
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